sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Super Mario Galaxy [Download]



The Legend of Zelda: Twilight Princess, Metroid Prime 3: Corruption, Super Mario Galaxy... Todos possuem uma coisa em comum: em nossas análises, os três receberam o título de "melhor de Wii até o momento". A diferença essencial entre eles está em sua data de lançamento: primeiro veio Twilight; depois, Corruption; e só agora, Galaxy. Assim sendo, é facil de entender que este último é o melhor dos três, sendo o "melhor até o momento", não?





O jogo começa de uma forma bem previsível: com um livro contando uma história. Logo, você encontra Mario passeando pela mais linda encarnação do Mushroom Kingdom já vista até hoje. Então, você percebe que não é um dia comum no lugar: um festival bem colorido está acontecendo. Tudo parece inocente e feliz; Toads passeiam por todos os lados soltando seus típicos ruídos e novas bolhas de diálogo. Até que, como não podia deixar de ser, surge Bowser e sua (nova) corja de vilões, que rapta a Princesa Peach da forma mais ousada de todos os jogos (o que não quer dizer que já não tenha sido feito): roubando, junto a ela, seu castelo inteiro, e levando-o para o espaço. Mario tenta salvá-la, mas é impedido por Kamek em uma dramática cena em que pedaços de perdras voam em todas as direções. O mais surpreendente é que, diferente da tediosa animação de abertura de Sunshine, que consiste em um longo CG, a seqüência é renderizada em tempo real.

E tudo é lindo: logo nas primeiras seqüências, Mario e todos os outros personagens possuem um "brilho" próprio, que tornam cada sprite único. Os efeitos de refração de luz na água, a própria água, sombras, fumaça, raios de luz, efeitos de movimento, deformações no cenário: é tudo de dar água na boca. O jogo traz o raro "efeito Corruption" de "o GameCube não faz isso", mas com a característica extra de deixar até vários jogos das plataformas concorrentes no chão. É, é tão bonito assim. Ainda existem seus pequenos problemas: em alguns momentos, por exemplo, é perceptível que as sombras desaparecem e aparecem repentinamente dependendo da altura do sprite original em relação ao chão. Mas se o problema existe, é pelo bem das constantes 60 frames por segundo nas quais o jogo roda.

E se não bastasse, na parte "estética" do jogo, o melhor ponto nem é o gráfico. Galaxy faz você agradecer à evolução pelo sentido da audição. Afinal, que trabalho sonoro incrível é esse que cria uma atmosfera tão boa que permite você ouvir um bigodudo italiano gritando "Iupí!" enquanto saltita por aí, e nem mesmo estranhe tal cena? Logo nas primeiras galáxias, você já percebe como tudo vai funcionar: as músicas orquestradas são lindas, e dão todo o ar de espaço sideral aos cenários. O mesmo vale para os efeitos sonoros, perfeitamente posicionados e de alta qualidade (as Pull Stars, por exemplo, tem um som característico que você não vai esquecer tão cedo). A Nintendo, como já é de costume, deixou os diálogos falados de lado mas uma vez: até é possível escutar Peach sussurrando uma carta para Mario no começo do jogo (a la Super Mario 64), mas, curiosamente, mesmo essa fala é encoberta quase que totalmente pela música de fundo. Tirando esse diálogo, você vai escutar os grunhidos de Bowser, os "Mario!"s de Peach, os "Please" e "Hm" de Rosalina, e os já conhecidíssimos e variados ruídos de Charles Martinet (Mario, claro).

Após ser varrido do mapa (do Mushroom Kingdom, ao menos) por Kamek, Mario acorda em um pequeno campo de flores com estrelas estranhamente visíveis ao fundo. De repente, surge uma estrela gorducha com olhos e solta um "finalmente você acordou! Vamos brincar", antes de se transformar em um coelho e chamar outros dois amiguinhos semelhantes para fugir do bigodudo. "Esconde esconde" é o nome da brincadeira; mas o nome ideal seria "brincadeira da gravidade". Aqui, você terá que correr e encontrar as criaturinhas por um planeta do tamanho do lar do Sr. Kaioh em Dragon Ball Z, ficando de ponta cabeça e tudo mais. No começo, é muito esquisito, tenho de admitir; a tarefa é bem mais árdua do que parece ser. Mas, após um ou dois planetóides, tudo fica bem mais fácil, como parece ser nos vídeos que você já deve ter visto.

A partir daí, tem início a inútil trama usada no jogo como desculpa para o "colete 120 estrelas e salve a princesa". Você é apresentado à Rosalina e às Lumas (as estrelas rechunchudas de antes), que viajavam pelo universo em uma espécie de estação espacial que tira sua energia das Power Stars, até que a interferência de Bowser faz com que tais fontes de energia se percam pelo espaço. E é aí que você entra: para salvar as princesas, você deve perseguir o rei dos Koopas e recuperar de suas mãos as Power Stars. Para isso, você adquire o poder de viajar entre planetas, por meio das Lumas. Mas isso é mais uma montanha de dados dispensáveis. Agora sim tudo começa.


Na primeira das mais de 40 galáxias do jogo, você é apresentado com mais profundidade à versão de Galaxy da lei da gravidade. A mecânica aqui é simples: você viaja por diversos pequenos planetas interligados por "canhões" de estrelas, até cumprir seu objetivo final (ou seja, uma Power Star). O problema é que esses planetas não são apenas pequenas esferas como você podia estar pensando; eles tem os mais diversos formatos, desde "pizzas" até cones e cilíndros translúcidos, todos com os mais diversos inimigos e obstáculos. E é aí onde se esconde a diversão de Galaxy: muito mais do que seus predecessores, o jogo surpreende a cada novo estágio. Você encontrará pontes retorcidas que deixam Mario de ponta cabeça, buracos que levam de um lado para o outro do planeta, buracos negros assassinos, navios voadores, e até mesmo lindos cenários onde a água flutua no espaço em um efeito espetacular. E cada uma dessas surpresas melhores que a anterior.

E se você pensa que a herança de 64 e Sunshine terminam nos pontos já apresentados, está enganado. Um dos primeiros estágios de Galaxy, a Honeyhive Galaxy, é um vasto cenário nos moldes clássicos, parecido com os das primeiras aventuras 3D de Mario. É claro que o tema espacial ainda existe aqui, mas ainda assim é muito bom saber que a nostalgia está presente. E, sim, o cenário ainda surpreende e diverte como todos os outros. Além de todos estes, você ainda passará por estágios em perspectiva 2D, a la New Super Mario Bros. por ainda manter gráficos 3D, corridas contra o tempo sobre arraias, momentos circenses nos quais Mario se equilibra sobre uma esfera, e muito mais. Muito mais.


Os controles, já cutucados nessa análise, são quase perfeitos. As respostas dos comandos são imediatas, e você não vai se confundir nem com saltos de ponta cabeça nos estágios mais avançados. Tudo funciona basicamente assim: você movimenta Mario com o analógico do Nunchuk, salta com o A, e balança o Wii Remote para realizar determinadas ações e dar um "giro" a la Crash Bandicoot. Você ainda pode coletar Star Bits (mais sobre elas a frente) com o pointer do Wii Remote, e atirá-las contra inimigos e outros com o B, sempre com o pointer na direção desejada. Simples? Na teoria, sim. Mas você ainda pode combinar diversos movimentos em um só, resultando em diversas outras estratégias. Ao dar um giro no ar, você realiza um Spin Jump, que pode acertar inimigos e salvar sua pele de um penhasco. Ainda existe o Triple Jump, o Backward Somersault, o Wall Jump, o Side Somersault, o Long Jump, o Ground Pound... E por aí vai. Cada um com sua própria utilidade.

Uma outra novidade é o modo Co-Star, um cooperativo para dois jogadores. Pegando um segundo Wii Remote, um amigo seu pode ajudar (ou atrapalhar) Mario em suas tarefas coletando Star Bits, paralisando inimigos, ajudando-lhe com pulos mais altos, e outras pequenas coisas, tudo isso com o pointer. O único problema de tal modo é que, após utilizá-lo uma ou duas vezes, você vai ficar mimado e não conseguirá se adaptar com tanta facilidade à jogabilidade solo. Mesmo assim, é uma adição muito legal, que se molda bem à filosofia de "games para a família toda" da Nintendo.



Durante os estágios, é possível coletar dois tipos diferentes de "itens em massa". Existem as já conhecidas moedas, e a novidade Star Bits. O primeiro gênero de itens é mais escasso, e só pode ser coletado pelo próprio Mario; sua utilidade principal é recuperar a energia do personagem. Os Star Bits, por sua vez, são encontrados em centenas por cada estágio, e podem ser coletados a um mero passar do pointer do Wii Remote. Estes servem para serem disparados contra os inimigos para paralisá-los, e para alimentar Lumas famintos em busca de galáxias bônus e outras coisas. Além desses itens, existem os já conhecidos power-ups, que agora são em maior número. Existe o Bee Mushroom, que transforma Mario em uma abelha capaz de voar, se apoiar sobre superfícies finas e grudar em algumas outras superfícies; o Boo Mushroom, que transforma Mario em um fantasma que pode atravessar grades e algumas outras superfícies e flutuar; e o Spring Mushrrom, que faz Mario virar uma mola que salta mais alto. Dentre os power-ups temporários estão as conhecidas Fire Flower e Rainbow Star, que dão à Mario bolas de fogo e invencibilidade, respectivamente, e a novidade Ice Flower, que congela a superfície de água que Mario toca.

Problemas o jogo tem, sim, mas são poucos. Um deles é a dificuldade, que incomoda pelo menos até a metade do jogo. Para obter as 60 estrelas necessárias para conseguir o primeiro final do jogo, nenhum "hardcore" precisa se esforçar muito. E isso incomoda. Felizmente, o caminho para o verdadeiro final do jogo é mais longo e difícil. O outro problema envolve a câmera do jogo que, apesar de perfeita em alguns momentos, falha em certas partes nas quais você precisa olhar pra um lugar, e precisa utilizar a inconsistente visão em primeira pessoa para fazê-lo: ossos do ofício, já que o jogo literalmente gira 360º, de forma que chegaria a ser desleal culpar o time de desenvolvimento por não conseguir deixar a câmera 100%.



Jogar Super Mario Galaxy é uma experiência única e espetacular. Se você gosta de jogos de plataforma, tenha certeza de que é o melhor jogo do gênero de todos os tempos. Gráficos lindos, uma trilha sonora incrível, controles fluentes e uma aventura divertida, variada e durável como poucas (que não forçam a barra) são os fatores que compõem esse título que, de majoritário, só tem um problema: não é "infinito" como o espaço. 

INFORMAÇÕES:
-O Download está em Torrent
-Versão do Jogo: NTSC 

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